segunda-feira, 11 de junho de 2012

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL


EDUCAÇÃO INFANTIL: BRINCANDO TAMBÉM SE APRENDE

Elzirene Ferreira dos Santos
Centro Universitário Leonardo da Vinci- UNIASSELVI
PEDAGOGIA (PED 7861) Trabalho de Graduação
25/0/511

RESUMO

Educação Infantil: Brincando também se Aprende. A intenção com este estudo constitui-se em reconhecer as atividades lúdicas na Educação Infantil como meio de ensino aprendizagem. Este trabalho destaca a importância das atividades lúdicas para as crianças e a necessidade de inserir o lúdico nas atividades cotidianas. A pesquisa mostra ainda que criança é sinônimo de brincadeira, sendo essa a maneira de expressar seus sentimentos. Por meio das brincadeiras, o professor tem possibilidade de conhecer seus alunos, perceber suas necessidades e o nível de conhecimento. A atividade lúdica propicia o desenvolvimento por completo da criança e, utilizando-se delas, pressupõe-se regras, coordenação, atenção, percepção, socialização, objetivo, flexibilidade, conhecimento, cooperação. Assim, o lúdico se torna indispensável, e deve ser explorado com mais freqüência, contribuindo para que o ensino e a aprendizagem aconteçam de maneira natural e mais prazerosa.

Palavras- chave: Educação Infantil. Lúdico. Ensino-Aprendizagem

1 INTRODUÇÃO

 Este trabalho visa relatar os dados obtidos através da realização de uma pesquisa sobre o tema: Educação Infantil: Brincando também se aprende, que foi realizada em forma de pesquisa bibliográfica, com o objetivo de coletar dados a respeito da importância do lúdico como facilitador da aprendizagem na Educação Infantil.

O interesse pelo estudo sobre as atividades lúdicas na educação infantil surgiu a partir do meu ingresso no Curso de Pedagogia, além disso, eu trabalho na Educação Infantil e escolhi esse tema porque vai me ajudar a exercer melhor o meu trabalho e me trazer novos conhecimentos que eu  poderei aplicar no cotidiano, melhorando o aprendizado dos meus alunos.

A ludicidade é assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional, principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso permitirem um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento.
Independentemente de época, cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem em um mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos onde a realidade e o faz-de-conta se confundem apesar de a história de antigas civilizações mostrarem o contrário, fazendo o brincar se transformar em pecado.

Nas sociedades de mudanças aceleradas em que vivemos, somos sempre levados a adquirir competências novas, pois é o individuo a unidade básica de mudança. A utilização de brincadeiras e jogos no processo pedagógico faz despertar o gosto pela vida e leva as crianças a enfrentarem os desafios que lhe surgirem. Esta pesquisa irá mostrar o quanto o “lúdico” pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no desenvolvimento e na vida das crianças, tornar evidente que os professores e futuros professores devem e precisam tomar consciência disso, os professores atuantes devem ter o conhecimento de alguns conceitos, como o “lúdico” e muitas outras questões sobre a relação do brincar com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança.

                 Ao longo das minhas pesquisas, O que se tem discutido é que, por meio das brincadeiras, é possível criar, imaginar, sonhar, viver, fantasiar, aprender. Assim, com o auxilio dessas atividades é possível ensinar diversos temas; sem ter que privar as crianças da infância que é uma fase importante para o desenvolvimento biológico, psicológico e social do ser humano.

O ato de brincar tem um significado especial para as crianças, sendo a atividade que elas mais gostam de fazer. Assim, a brincadeira é uma atividade que deve ser explorado, sobretudo na educação infantil, já que pode contribuir de forma significativa fazendo com que a aprendizagem aconteça de forma mais prazerosa. Desse modo, para a elaboração deste trabalho, utilizei alguns referenciais teóricos que foram fundamentais desde o início até a concretização da pesquisa, com destaque as contribuições de, Kishimoto, Piaget, André Vygostisk e o  Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil dentre outros.

Para compreendermos melhor a importância das brincadeiras na Educação Infantil é preciso levar em consideração que nessa fase o objetivo deve ser educar a criança na alegria, pois é logo desde cedo que se formam as bases da harmonia e o pleno equilíbrio do caráter devem ser lançados na alma do homem e se aprendizagem já ocorrer de modo formal corremos o risco de formarmos uma sociedade muito formal.

 A atividade lúdica propicia a criança um desenvolvimento por completo, uma vez que é: “[...] um recurso metodológico capaz de propiciar uma aprendizagem espontânea e natural. Estimula a crítica, a criatividade, a socialização, sendo, portanto, reconhecidos como uma das atividades mais significativa – senão a mais significativa – pelo seu conteúdo pedagógico social.” (OLIVEIRA, 1985, p.74)
2  DESENVOLVIMENTO

O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”. Se achasse confinada a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço  fundamental  de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. (ALMEIDA).

A educação infantil precisa garantir às crianças o atendimento às suas necessidades de aprender e de brincar e, para que isto aconteça, é necessário que haja um planejamento e um acompanhamento contínuo de seu desenvolvimento.

A infância é um período marcante na vida de cada indivíduo e, sabendo que nela tudo segue uma trajetória e esta se desenvolve dentro do tempo estabelecido pelas leis naturais, observa-se nessa fase um aspecto muito importante – a brincadeira – constituindo-se em um eixo relevante para o desenvolvimento da criança. Então, não se pode falar de Educação Infantil sem abordar a ludicidade.

Para refletir sobre esse tema, faz-se necessário adentrar no universo infantil e perceber a visão de mundo que os pequeninos têm  quando se entregam as mesmas. Partindo desse pressuposto, acredita-se que a inclusão da criança muito cedo no ambiente escolar, necessita de uma variedade de ações  para atender a esse público conhecedor dessa arte dinâmica, que é o brincar. (Vygotsky,1989), coloca “que é muito grande a influência do brinquedo para o desenvolvimento da criança”.  Por isso, deve-se propiciar às crianças momentos lúdicos mesclados às atividades intelectuais.

Um aspecto que precisa ser trabalhado e bem desenvolvido nas  escolas é o trabalho em grupo. O trabalhar em grupo na fase escolar contribui para socializar e favorecer as boas relações. De acordo com Piaget (1998), “é de fundamental importância que as crianças relacionem-se umas com as outras com jogos e brinquedos, para que, através desse inter-relacionamento, elas construam o conhecimento”. Tal conhecimento, conforme Piaget (1998), “é adquirido pela criação das relações no momento que elas brincam”.
A criança brinca e  quando isso acontece, cria e inventa novas situações. Sabendo-se que o valor dos jogos e brincadeiras é imprescindível e que estimulam o desenvolvimento infantil, além de propiciar uma competição sadia, salienta-se que um jogo ao ser proposto deverá instigar e desafiar as crianças a superar obstáculos.  Levando-se  em consideração o estágio de desenvolvimento em que a criança se encontra, a escola proporcionará um contexto educacional significativo e prazeroso para elas.

2.1 BENEFÍCIOS DO BRINCAR PARA O APRENDIZADO

O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil destaca que: “A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa” (BRASIL). Nessa perspectiva, as Escolas de Educação Infantil de uma forma geral, têm buscado introduzir as brincadeiras como meio de ensino  e aprendizagem.  
            
 A proposta para Educação Infantil da escola deve ser “utilizar jogos e materiais pedagógicos, com aulas diferenciadas por meio de músicas, teatro, jogos pedagógicos, pinturas, materiais concretos tais como: revistas, tampa de garrafas, massa de modelar dentre outros”. E ainda “brincar expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades.

Conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente as aulas valorizando as diversidades”. É o momento também de mediação que o profissional da educação pode utilizar sugerindo assim uma boa brincadeira, que contenham objetivos e regras pré-definidas. “O mediador deve respeitar o interesse do aluno e trabalhar a partir de sua atividade espontânea, Ouvindo suas dúvidas, formulando desafios à capacidade de adaptação infantil e acompanhando seu processo de construção do conhecimento” (KISHIMOTO, 2009, p.95).

As leituras nos demonstram que Nessa fase, as crianças reúnem-se com outras crianças para brincar, mas agem, ainda, sem observar regras, no jogo, todas ganham e todas perdem. No final acabam sempre em brigas e agressões, nessa hora a participação e a postura do adulto (pais e professores) são importantíssima para as crianças, e a partir daí se vê a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento da criança.

Dessa forma, o professor precisa estar atento para com as atitudes de cada criança, ao observá-las e, ao mesmo tempo poderá aprender muito sobre elas a exemplo de seus conhecimentos de mundo, seus mitos, seus temperamentos, suas necessidades, seus gostos, seus sentimentos, bem como seus valores.
As crianças aprendem e o professor também tem muito que aprender com as brincadeiras. Então, esse recurso pode ser utilizado com mais freqüência nas atividades pedagógicas, tendo em vista que o próprio PCN de Educação Infantil nos sugere a utilização deste como forma de ensino e aprendizagem.

Segundo Freire, (1994, p. 75), “[...] as crianças brincam, e com muita intensidade, em sua fase pré-escolar, porém, sem a atenção adequada da escola para isso”. Uma vez que “através do brinquedo, a criança inicia sua integração social. Aprende a conviver com os outros, a situar-se frente ao mundo que a cerca. Ela se exercita brincando. E no momento em que a criança está brincando o professor deve estar atento para fazer intervenções, estabelecer regras, e chegar ao objetivo que é o aprendizado dos mesmos.

2.2 ENCARAR O BRINCAR COMO ALGO SÉRIO

A brincadeira na educação infantil precisa ser encarada, principalmente pelos professores, como algo sério.

As atividades lúdicas não podem ser vistas, apenas como divertimento ou brincadeiras para gastar energia, mas também por favorecerem o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral e a aprendizagem das crianças, uma vez que brincar é uma atividade indispensável ao desenvolvimento de uma criança.

Enquanto brinca a criança está se exercitando física, social e emocionalmente, está crescendo em descobertas que vai fazendo e nas experiências que vai adquirindo. Privar as crianças de viver intensamente em favor de um treinamento mecânico com vistas a uma posterior alfabetização, no caso da Educação Infantil, significa represar sua energia, não aproveitar suas capacidades. Significa substituir a aprendizagem pelo condicionamento. Significa podar-lhe a curiosidade e a sua abertura para a exploração do meio ambiente.

 Significa, enfim, impedi-la de ser o que é criança e limitar seu vir a ser, pois, através do ato de brincar, ela vai compondo uma infinita abertura de possibilidades que lhe permitirão desenvolver-se integralmente como sujeito engajado no processo de construção de si mesmo. (FREIRE, 1994, p.102).

2.3 ENSINAR ATRAVÉS DO QUE AS CRIANÇAS MAIS GOSTAM

Faz-se necessário levar sempre em consideração o fato de que a criança conhece e constrói as noções e os conceitos à medida que agem, observa e relaciona os objetos do mundo físico. É no decorrer das atividades realizadas que as crianças incorporam dados e relações, e é enfrentando desafios e trocando informações umas com as outras e com os adultos que elas desenvolvem seu pensamento.

É notório que nessa idade, a brincadeira é a atividade mais importante para as crianças, e, certamente é a atividade que elas mais gostam de fazer. A escola precisa explorar o máximo este recurso, introduzindo diversos tipos de brincadeiras como meio de aprendizagem. Essa pode acontecer por meio de contar histórias, utilizar-se de leituras não verbais, ainda por meio de revistas em quadrinho bem como cantar, dançar, pular, interpretar, inventar, produzir, ficar em silêncio para perceber ruídos e identificar de onde vem, como e porque acontecem. São atividades que precisam fazer parte do cotidiano das crianças, afinal esse é o momento mais propício para brincar, sonhar, imaginar e se divertir.

Brincar faz bem á criança, pois é parte do seu amadurecimento, e não pode ser negligenciado. Por outro lado, o professor precisa ter a concepção de que na escola a criança não deve brincar apenas por brincar. Para que isso não aconteça, o mediador precisa ter pré-definido, quais os objetivos que pretende alcançar isso porque ao brincar, as crianças aprendem a cooperar com os companheiros, a obedecer as regras do jogo, a respeitar os direitos dos outros, a acatar autoridade, a assumir responsabilidades, a aceitar penalidades que lhe são impostas, a dar oportunidade aos demais, enfim, a viver em sociedade.

Tal pensamento leva-nos a compreender que a criança não brinca simplesmente para passar o tempo. É mais que isso, pois nas brincadeiras ela se realiza, cria e recria situações imaginárias que as levam a refletir sobre seu universo. Se o educador for um bom observador, poderá, através das atividades lúdicas escolhidas espontaneamente pela criança, descobrir fatores que contribuem de forma significativa para seus atos pedagógicos.

Nesse sentido, “é no brincar que a criança mostra que está interessada em algo. O adulto, observando o brincar da criança, percebe qual é o interesse dela e a partir daí, ele cria o ambiente para a educação.” (KISHIMOTO, 2009). Tal compreensão leva-nos a refletir a respeito da importância de observar as crianças brincando, para perceber quais são seus anseios, seus interesses, seus problemas e seus pensamentos, pois é no brincar que ela reflete o seu eu, reproduz a sua vida e seus valores.
Nenhuma criança brinca espontaneamente só para passar o tempo. Sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos.
Na pré-escola, as brincadeiras fazem parte do cotidiano das crianças. Um objeto qualquer pode ser motivo para uma nova brincadeira. Nessas brincadeiras, elas criam situações imaginárias que contribuem para o seu desenvolvimento como todo. Os estudos de Kishimoto mostram que: “[...] nem sempre se dá liberdade para a criança brincar a vontade, a professora é que escolhe e direciona”. (KISHIMOTO,2009)

2.4 O EDUCADOR DEVE DAR OPÇÕES PARA QUE ACRIANÇA ESCOLHA A BRINCADEIRA  

As  brincadeiras nem sempre são escolhidas pelas crianças, e esse fator, de certa forma, as limita e as ajudam a permanecer num mundo fechado, e restrito, uma vez que existem poucas descobertas, pois sabe-se que brincando a criança ordena o mundo a sua volta assimilando experiências e informações, e mais ainda, incorporando comportamentos e valores. 

De acordo com alguns escritores é através do brinquedo e do jogo que a criança consegue reproduzir e recriar o meio a sua volta. Em outras palavras através do lúdico a criança consegue encena a realidade do seu cotidiano, a partir daí será possível educar o aluno partindo da sua realidade.

O fato é o de que se existe o amparo, se as crianças podem aprender enquanto brincam e se divertem, se a escola tem espaço e brinquedos para tal, se existe a concepção de que nessa fase brincar é a atividade mais importante para o desenvolvimento da criança, e é o que elas mais querem fazer, então percebo que é preciso colocar em prática essas teorias, e fazer da escola o local mais alegre para as crianças.

Nesse processo é preciso que as crianças brinquem, se interajam, escolham suas brincadeiras, tragam seus brinquedos favoritos de casa, produzam novos brinquedos, aprendam umas com as outras, cantem, pulem, rolem, tenham acesso a sala de informática, mídias, livros, revistas, instrumentos musicais que podem ser produzidos por eles ou não.

Nesse sentido entendemos que educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar.

 Educar é preparar para a vida. (KAMI, 1991) fato é o de que se existe o amparo, se as crianças podem aprender enquanto brincam e se divertem, se a escola tem espaço e brinquedos para tal, se existe a concepção de que nessa fase brincar é a atividade mais importante para o desenvolvimento da criança, e é o que elas mais querem fazer, então percebo que é preciso colocar em prática essas teorias, e fazer da escola o local mais alegre para as crianças.

Nesse processo é preciso que as crianças brinquem, se interajam, escolham suas brincadeiras, tragam seus brinquedos favoritos de casa, produzam novos brinquedos, aprendam umas com as outras, cantem, pulem, rolem, tenham acesso a sala de informática, mídias, livros, revistas, instrumentos musicais que podem ser produzidos por eles ou não.

Assim, o brincar permite a comunicação, ação, exploração e meio de aprender a viver. Por meio das brincadeiras as crianças adquirem conhecimento de si e do mundo a sua volta, criam relações, aprimoram suas idéias e contribuem de forma significativa para sua ação dentro da cultura onde se encontra inserido, sendo uma das formas encontradas por ela de se sentir inserida na sociedade.

A brincadeira permite a oportunidade de aprender novas habilidades. O brincar com outras crianças, possibilita lidar com seus sentimentos e resolver seus conflitos, auxiliando no processo de comunicação e no desenvolvimento integral.

Portanto, a criança precisa brincar, para interagir e aprender, ou seja, realizar novas descobertas que contribuem para a formação integral do indivíduo. Dessa forma, as brincadeiras podem ser um meio de se ensinar na educação infantil, pois possibilita o desenvolvimento de exercícios necessários e úteis à vida.e a criança terá maior interesse em aprender se o educador possibilitar a mesma a oportunidade de aprender de maneira descontraída, tornando prazeroso o momento de aprendizagem.
                                                              
 Parece ser indispensável no processo ensino aprendizagem, que tem uma perspectiva de divertimento e de prazer no ato de aprender. Porque para a criança brincar, não precisa insistir. Criança brinca porque gosta, porque lhe dá prazer, porque brincar é sinônimo de criança. Assim,“[...] no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer” (Vygostisky, 1998).
2.5 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM E PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

O Lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Segundo PIAGET, o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de equilíbrio com o mundo. Assim, na idade infantil deve-se usar o lúdico especialmente para aprendizagem pedagógica, ou seja, permitir que a criança aprenda brincando, Através de brincadeiras dirigidas. 

A criança e mesmo o jovem opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não é prazerosa. É uma verdade que o brinquedo é apenas um suporte do jogo, do brincar, e que é possível brincar com a imaginação. Mas é verdade, também, que sem o brinquedo é muito mais difícil realizar a atividade lúdica, porque é ele que permite simular situações.

A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos, é o momento de a criança liberar a imaginação, criar, representar, construir novas aprendizagens.

O lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a importância do lúdico na formação da personalidade. Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona idéias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando com os colegas que estão participando do mesmo jogo ou das mesmas atividades lúdicas.

A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações cognitivas às experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa prática.

Quando a criança aprende brincando ela tem mais possibilidades de se desenvolver mais e melhor, pois esse aprendizado ocorre de forma espontânea e prazerosa e devido a criança está fazendo algo que gosta essa aprendizagem se torna mais significativa e ela constrói um aprendizado que jamais irá esquecê-lo.
2.6  ALGUMAS RAZÕES PELAS QUAIS OS EDUCADORES DEVEM UTILIZAR O LÚDICO NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM

A ludicidade é uma atividade que tem valor educacional intrínseco, mas além desse valor, que lhe é inerente, ela tem sido utilizada como recurso pedagógico. Várias são as razões que levam os educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no processo de ensino-aprendizagem, vejamos algumas:

• O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário;

• As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento.

Em geral, o elemento que separa um jogo pedagógico de outro de caráter apenas lúdico é este: desenvolve-se o jogo pedagógico com a intenção de provocar aprendizagem significativa, estimular a construção de novo conhecimento e principalmente despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa específica que possibilita a compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que o ajude a construir conexões.

No entanto, a partir das contribuições dos diversos teóricos no desenvolvimento desse trabalho, compreende-se a importância de se trabalhar o lúdico na Educação Infantil. Tais atividades devem ser mais exploradas por professores e alunos.

Para tanto, necessário se faz colocar em prática as teorias, compreendendo o contexto histórico e cultural do qual fazemos parte. Importante também é de considerar que para a criança, não importa o seu contexto histórico ou a cultura em qual se encontra inserida uma vez que ela brinca a sua maneira, mas brinca.
2.7 AO BRINCAR A CRIANÇA PRENDE MUITO MAIS DO QUE AO FAZER ATIVIDADES  ESCOLARES  FORMAIS

Piaget (1998) forneceu um importante estudo sobre o desenvolvimento das crianças na educação com base na ludicidade. Segundo ele, os jogos são essenciais na vida dos pequeninos.

Conforme Piaget (1998), “de início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos”. O sucesso na educação depende da relação estabelecida entre as atividades instintivas da criança, interesses e experiências sociais.

Estudos feitos por psicólogos e pedagogos ao longo do tempo concluem que todas as crianças passam por  determinados estágios de desenvolvimento, que cada uma delas apresenta seu próprio ritmo de aprendizagem em cada estágio e que suas capacidades condicionam-se por fatores sócio-econômicos, afetivos e cognitivos.

O sucesso escolar, sem dúvida, associa-se ao desenvolvimento integral do aluno enquanto indivíduo. Diante disso, estudiosos apontam os jogos e brincadeiras como um recurso fundamental  para educar e desenvolver a criança. Froebel acreditava que as crianças aprendiam por meio de brincar, mas tal atividade só se caracterizava como educativa se fosse supervisionada.

O ambiente  criado para a criança desenvolver suas atividades lúdicas deverá propiciar à socialização, visando o desenvolvimento de atividades que possibilitem o lúdico individual e coletivo, permitindo-lhe construir o próprio conhecimento, por meio da criatividade, do estímulo.  Os jogos e brinquedos são partes integrantes na proposta educativa do currículo da educação infantil, uma vez que propiciam o desenvolvimento e a aquisição de conhecimentos.

O brinquedo tem um papel muito importante na estimulação da inteligência e na formação do caráter das crianças. Brincar é uma atividade muito mais séria do que pode parecer. O desafio contido nas situações lúdicas estimula o pensamento e a criatividade, nutrindo assim a vida interior da criança. Através do brinquedo ela conhece e ressignifica o mundo ao seu redor (CUNHA, 2004).

Piaget (1998) e Vygotsky (1989) desenvolveram estudos sobre aprendizagem e desenvolvimento  que auxiliam a compreensão e norteiam o trabalho de educadores na educação infantil.  Segundo Vygotsky (1989), “o desenvolvimento é um processo de internalização de modos culturais de pensar e agir”.
Esse processo, segundo ele,  “inicia-se nas relações sociais, em que os adultos ou crianças mais experientes, por meio da linguagem, do jogo, compartilham com a criança seus sistemas de pensamento e ação”. Conforme Kishimoto (2002), “o brincar também contribui para a aprendizagem da linguagem. A utilização combinatória da linguagem funciona como instrumento de pensamento e ação”.

Embora se reconheça que a brincadeira tem sido uma âncora no desenvolvimento infantil, em alguns casos, educadores e  famílias ainda a descrevem como perda de tempo. Diante disso, o lúdico, em alguns momentos, restringe-se aos momentos recreativos. Kishimoto (2002) Coloca que “a conduta lúdica, ao minimizar as conseqüências da ação, contribui para a exploração e a flexibilidade do ser que brinca, incorporando a característica que alguns autores pontuam como futilidade, um ato sem conseqüência”. Pode-se dizer que através do lúdico criança aprende de modo não tradicional, ainda que seja os conteúdos formais.

Que aprendizado significativo à criança pode adquirir com o brinquedo? Vários aprendizados. Para Ausubel (1980), o mais importante é a aprendizagem cognitiva, isto é, quando os conteúdos se integram e são aprendidos e ordenados, formando uma estrutura cognitiva, estrutura essa  que representa todas as informações que o sujeito armazena,  ocasionando o conhecimento.

Quando uma pessoa já detém um conhecimento sobre algo aprendido anteriormente e passa a assimilar novas informações, essas novas informações serão assimiladas  e armazenadas  na estrutura cognitiva que o indivíduo já havia adquirido.Essas funções de informações prévias adquiridas e a assimilação dos novos dados que se interagem numa evolução de informações,  interrelacionam-se proporcionando  a aprendizagem significativa. 

Mas, para que ocorra essa aprendizagem, faz-se necessário que os conteúdos e materiais utilizados estejam na proporção do nível de desenvolvimento que as crianças se encontram, para que não ocorra de se oferecer mais informações do que elas possam assimilar. Partindo desse princípio, a atividade e situação proposta pela escola devem contemplar e favorecer a descoberta, a construção do conhecimento  e à exploração, para que esta possibilite à criança um contexto educacional significativo, livre e prazeroso.

3 CONCLUSÃO

Com este estudo pode-se concluir que, quando a criança brinca, alcança um maior espaço nas atividades desenvolvidas em sala de aula desde que o brincar seja dirigido e que atividades não se apóiem no brincar livremente, o que é insuficiente e insatisfatório para o desenvolvimento de qualquer atividade programada em sala de aula.

No entanto, salienta-se que não basta dar às crianças o direito de brincar. Não basta apenas ampliar o seu tempo no pátio ou aumentar os estoques de brinquedos na sala. É preciso despertar e manter seu desejo pelo brincar. O que implica numa nova postura de pais e educadores diante da brincadeira e do espaço em que ela acontece.

É necessário que os educadores infantis realizem um trabalho extenso para informar à sociedade que o “brincar” não é uma perda de tempo, mas um processo pelo qual a criança deve passar.

 É uma pena que no município em que eu trabalho essa realidade  de ensinar de forma lúdica esteja ainda distante. O que se vê é muita teoria, mas a prática é bem diferente, na verdade as escolas de Educação Infantil trabalham conteúdos formais visando uma alfabetização até o infantil III, que são as crianças de seis anos. Em nossa realidade os pais das crianças tratam a educação infantil como o ensino fundamental e infelizmente não entendem que o aprendizado das crianças acontece aos poucos e de forma menos rigorosa.

Esta pesquisa contribuiu muito para o meu aprendizado, pois adquiri muitos conhecimentos técnicos e a partir de agora terei mais confiança em minha prática pedagógica com os meus pequenos em sala de aula. Através desta pesquisa constatei o quanto é importante priorizar o brincar, a conversa, a literatura, a arte, e que tudo isso possibilita e expressão de sentimentos, trocas significativas de aprendizagens e exclui os conteúdos onde o professor é o transmissor formal e as crianças são receptadoras passivas.

Portanto de acordo com as pesquisas bibliográficas que realizei ao longo do desenvolvimento desta disciplina, concluí que espera-se que os espaços escolares de educação infantil transformem as salas de educação infantil tradicional em lugares prazerosos, cheios de desafios, emoções e descobertas, sobre os quais as crianças possam dizer:“Como é bom estar aqui, amanhã quero voltar!”.

E só a partir dessa transformação estaremos educando os pequenos de forma prazerosa onde os mesmos estarão na sala de aula porque gostam e querem estar lá pra construir e transmitir novos aprendizados e não por serem obrigados pelos seus responsáveis a irem para a escola como uma obrigação que os mesmos tem a cumprir.
4 REFEÊNCIAS

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.

KAMI, Constance. Piaget para educação pré-escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro. São Paulo. Scipione, 1994.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

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