Marcellino (2003), estudando, Huizinga, P. Aires, Marcellino,
Mills e outros, não ver consenso entre eles, quanto ao significado do elemento
lúdico da cultura nas sociedades urbanas, o que provoca polêmica entre os
estudiosos do tema. A base dessa polêmica, segundo seu entendimento, parece
estar na valorização unilateral das diversas esferas de atuação humana.
O autor ainda, não
concorda com a visão isolada, quer do trabalho, quer do lazer, tendo em vista
suas relações interdependentes, questiona também a possível instauração de uma
civilização do lazer, pois acha ser, um exercício futurista e prefere o “aqui e
agora”.
Historicamente, a vivência do elemento lúdico da cultura, no
lazer, de ser tão antiga quanto à instauração da obrigação entendida como
compromisso, seja no profissional, social ou familiar, nas sociedades, humanas.
Destaca a manifestação do lúdico nesse universo do poder, ter direito à um
tempo para si mesmo, lícito e que se contrapõe e complementa o terreno das
“obrigações”.
Assim, observa-se que as crianças precisam se tornar aptas a
optarem pelas suas perspectivas de vida. Desta forma, a vivência do lúdico, deve ser entendida como
valorização da cultura da criança, que implica numa proposta de
esperança/preparação para um horizonte próximo, que anuncia novos horizontes.
Após a análise do tema apresentando enfatiza-se que o jogo
não é uma característica predominante da infância, mas sim um fator básico no
desenvolvimento. O vínculo que se estabelece entre o jogo e o desenvolvimento é
defendido por Vygotsky como fator fundamental que deve ser levado em
consideração, já que é no curso do jogo que a ação se subordina ao significado
e, portanto, tudo que interessa à criança e a realidade do jogo em si, porque
na vida real a ação domina o significado.
Assim, conclui-se que o papel do pedagogo e do professor é de
fundamental importância para a difusão e aplicação de recursos lúdicos. O
professor ao se conscientizar das vantagens do lúdico, adequará a determinadas
situações de ensino, utilizando-as de acordo com suas necessidades. O educador
deve está em constantes ações educativas para uma maior eficácia na prática
pedagógica.
A pesquisa possibilitou-nos verificar a distância que existe
entre o discurso e a prática concreta em sala de aula. Os respondentes
admitiram uma mudança de atitude concreta após terem tido o conhecimento
teórico no processo de formação. Vale ressaltar que, se não houver uma
continuidade nos estudos, não haverá uma contínua construção do conhecimento.
Essa pesquisa foi de uma representatividade excepcional, não
só pelo grande crescimento proporcionado, mas também como quebra de paradigmas,
pois, ensinar e aprender podem estar de mãos dadas com o prazer e a satisfação
intelectual.
Portanto, se a capacidade simbólica faz parte do aparelho
biológico do homem, o jogo é de origem sócio cultural e este ocorre quando a
ação está subordinada ao significado. Preparar-se para atuar sobre o simbolismo
é o desafio de todos aqueles que atuam sobre o âmbito lúdico, já que a
representação de papéis enriquece e alavanca os processos de desenvolvimento e
de aprendizagem humana.
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